O gestor intermediário como parte interessada na avaliação de programas

Com base em dados administrativos de 100 avaliações realizadas pela Plan Eval, esta apresentação argumenta que a maneira pela qual o gestor intermediário ("middle manager") gere risco é determinante da eficiência da avaliação.
Gestores intermediários são responsáveis pelo comissionamento de avaliações de programa dentro de grandes organizações e, nessa incumbência, devem atender às necessidades de seus superiores hierárquicos, apoiadores e parceiros.
A avaliação é uma oportunidade para que o gestor intermediário tenha visibilidade na organização como condutor de um processo estratégico, mas também envolve riscos importantes por lidar com juízos de mérito sobre aspectos-chave de seu funcionamento.
Observa-se que os gestores buscam reduzir esses riscos seja se antecipando aos juízos avaliativos seja se distanciando do processo para evitar serem responsabilizados. As estratégias podem ser melhor entendidas se vistas num contínuo de participação em que num pólo está o controle (buscar contemplar todas as partes interessadas, gerenciar as atividades da consultoria, revisar produtos repetidamente) e no outro o distanciamento (desengajamento do processo, desqualificação dos avaliadores, "engavetamento").
Os pólos representariam risco mínimo para o gestor. Porém, para que a avaliação seja conduzida de forma eficiente, ceteris paribus, o gestor precisa aceitar um certo grau de incerteza e de responsabilização.
A conclusão deste estudo empírico é que, quando a gestão de riscos é marcada pelos extremos de controle ou distanciamento, a avaliação será mais dispendiosa, usando mais recursos humanos, materiais e financeiros, e levará mais tempo para ser concluída, afetando negativamente sua usabilidade.
A apresentação será seguida de um debate.